Hotspots de poluição do ar em Londrina
Quais as áreas da cidade de Londrina com maiores níveis de poluição do ar?
Qual o efeito do crescente número de veículos sobre a saúde da população?
Uma frota de veículos cada vez maior traz um aumento significativo na poluição do ar das cidades. Vários estudos mostraram que os veículos são as principais fontes de nanopartículas (partículas com diâmetro igual ou inferior a 100 nanômetros) em cidades, sendo que 85% do número de partículas vem do escapamento dos veículos. Além disso, veículos que usam diesel e gasolina são fontes de partículas black carbon –comumente chamadas de “fuligem” no idioma português. As partículas de fuligem, além de causar aquecimento do planeta, são cancerígenas e causam danos à saúde da população exposta a altas concentrações.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-PR) a frota veicular da cidade de Londrina (PR) aumentou 94% no período 2001-2013, atingindo valores tão altos como 630 veículos por cada 1000 habitantes. Esse aumento na quantidade de veículos é observado no cotidiano da população, especialmente nos horários de pico dos dias de semana, e nas regiões centrais da cidade.
Neste estudo, monitoramos as concentrações de black carbon, ozônio, número e massa de partículas menores que 2,5 micrômetros de diâmetro (MP2.5) no perímetro central de Londrina usando três bicicletas equipadas com instrumentos de alta resolução e acurácia. O objetivo deste projeto é determinar os locais mais poluídos do centro da cidade. Essa estratégia é nova no Brasil e tem a vantagem de fornecer uma cobertura espacial mais ampla, já que as bicicletas podem levar o conjunto de equipamentos a locais da cidade com difícil acesso para outros tipos de plataformas de coleta de dados.
As figuras abaixo mostram a distribuição espacial de black carbon e MP2.5 no centro de Londrina. A escala de cores indica que a Av. Leste-Oeste, alguns pontos da Av. J.K. e cruzamentos da Av. Higienópolis apresentam concentrações de black carbon acima de 70 µg/m3, enquanto as concentrações de MP2.5 excedem 90 µg/m3.
Este estudo é financiando pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenado pelo Dr. Admir Créso Targino.