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Publicado em ago 15, 2015 em Destaques, Notícias, Ver tudo

Poluição do ar em meios de transporte

 

 

A quanta poluição atmosférica estamos expostos quando vamos ao trabalho em ônibus ou carro? E em um passeio de bicicleta? Ou uma viagem de barco?

O Grupo de Poluição do Ar e Processos Atmosféricos está monitorando os níveis de alguns poluentes atmosféricos com usuários que usam os seguintes meios de transportes: ônibus, carro, bicicleta, barcos e aviões comerciais. O estudo também contempla pessoas que fazem trajetos a pé.

Desde 2014 estamos trabalhando em uma base de dados que permitirá delinear os microambientes, modos de transporte e horários mais nocivos à saúde humana. Em uma iniciativa inédita no país, medimos com métodos on-line: compostos orgânicos voláteis (COVs), material particulado com tamanho inferior a 2,5 µm (MP2,5), black carbon (BC) (“fuligem”, em português), número total de partículas e ozônio.

A figura abaixo mostra as concentrações de BC medidas em uma viagem aérea entre duas cidades brasileiras. O trajeto foi monitorando desde o primeiro aeroporto até o destino final, incluindo períodos de espera em conexões. Os resultados revelam níveis extremamente altos de BC (acima de 25 µg/m3) em áreas externas usadas para embarque e desembarque. Isso é devido às emissões de poluentes não apenas dos aviões, mas também às atividades de logística aeroportuária, como a operação de veículos para transporte de bagagens e passageiros que usam gasolina ou diesel. Dessa forma, os usuários e trabalhadores de aeroportos estão expostos a níveis altos de BC quando se aproximam da pista, ou usam ônibus para acesso às aeronaves. O saguão de um dos aeroportos também indicou níveis relativamente altos de BC (aproximadamente 3 µg/m3) que pode ser atribuído à penetração do ar exterior no saguão através do sistema de ventilação ou quando as portas de acesso à pista são abertas. Os níveis de poluição do ar dentro dos vôos monitorados foram baixos.


O black carbon é um poluente que ocorre na fase sólida e é oriundo de processos de combustão, principalmente da queima de biomassa e combustíveis fósseis. Além do potencial de aquecer a atmosfera do planeta levando à alteração no clima, as partículas de BC causam danos à saúde humana. A Organização Mundial da Saúde classifica o BC proveniente do diesel como cancerígeno.

O estudo -financiado pelo CNPq- é um esforço multidisciplinar envolvendo pesquisadores de pós-doutorado, professores, alunos de pós-graduação e iniciação científica de três instituições: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Universidade Federal de Itajubá e Dalhousie University (Canadá).

 

Coordenador do projeto Dr. Admir Créso Targino