Cânions urbanos e degradação da qualidade do ar
As zonas urbanas são caracterizadas por diferentes elementos urbanísticos (praças, ruas, avenidas, entre outros). No entanto, os edifícios constituem os elementos mais característicos das cidades e sua disposição pode formar uma configuração conhecida como “cânion urbano”, na qual as edificações estão enfileiradas ao longo de ambos os lados de uma rua. Tal configuração é predominante especialmente na área central das cidades. Os cânions urbanos são conhecidos por registrarem elevados níveis de poluentes atmosféricos, já que as paredes das edificações dificultam a dispersão de poluentes, favorecendo assim sua acumulação. Em estudos realizados em Manchester (Inglaterra) e Stockholm (Suécia) observou-se que os níveis de poluentes diferem dentro do mesmo cânion, podendo ser mais elevado em um lado da rua do que no outro.
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Regimes de escoamento do ar no interior do cânion urbano. Fonte: Romero, M.A.B., Fórum, Vol. 4 , No. 1, 2011.
As concentrações de black carbon (conhecido como fuligem no idioma português) e ozônio estão sendo monitoradas dentro de um cânion urbano na cidade de Londrina (PR). Instrumentos foram instalados em ambos os lados da rua Sergipe, e uma estação meteorológica está em operação no teto de um edifício de oito andares para estabelecer relações entre concentração de poluentes e circulação atmosférica. A rua Sergipe é uma via de mão única com intenso trânsito veicular (800 veículos/hr), sendo 13% ônibus e caminhões a diesel que constituem fonte de black carbon. O black carbon, além causar câncer, contribui para o aquecimento do planeta. Os dados servirão ainda como elementos para alimentar um modelo numérico que realizará a simulação das concentrações no cânion.
O projeto é financiado pelo CNPq e coordenado pela Dra Patricia Krecl. Um estudo semelhante foi realizado pela Dra. Krecl e pesquisadores do Institute of Applied Environmental Sciences na cidade de Stockholm, e publicado recentemente no periódico Aerossol and Air Quality Research.
Participam deste projeto:
Dra. Patricia Krecl (Coordenadora)
Dr. Admir Créso Targino
Dr. Matthias Ketzel (Aarhus University, Dinamarca)
Luiz Felippe Wiese (bolsista CNPq)
Eduardo VItangelo (bolsista UTFPR)
Os seguintes pesquisadores contribuem com instrumentação:
Dr. Jorge Alberto Martins (UTFPR)
Dr. Marcelo de Paulo Correa (UNIFEI)